giovedì 1 maggio 2008

Quero um pouco mais de tudo

Não sei se é tristeza, não sei se é nostalgia, saudades ou até medo. Aquele medo miudinho que chega e entra subtil subtilmente, o medo de com o passar do tempo irmos esquecendo um pouco mais. Um pouco mais de tudo, com o pavor de um dia, ao fechar os olhos, já não sentirmos o cheiro do capuccino, da pasta da mensa, o odor a chuva e a domingo sem fazer nada, os perfumes de mil almas em comunhão, o sabor de uma língua nova que descobrimos, o tom do “ciao” ou “come stai” a começar o dia... É o tremor nervoso de ser preciso recorrer ás fotografias para lembrar aquela vez, aquela pessoa, aquele lugar...É um sobressalto de terror aquele que sinto ao imaginar o dia em que já não vou ser capaz de sentir a sensação, o nervoso, a exaltação daquele momento...o toque daquela mão, a paixão daquele abraço ou o calor do teu sorriso, do teu, do teu e do teu... É o assombramento de sentir que vocês são fragmentos de uma vida preenchida que foi, que jamais voltará; que apenas e somente posso reviver as ocasiões com as minhas memórias, talvez com as vossas, e angustia-me louca e profundamente pensar que um dia até elas me possam fugir. Porque com o passar do tempo tudo fica mais leve, menos denso, o ser passa a parecer, o foi é agora um “dá-me ideia”, o espectacular dá lugar ao interessante... Não quero lamentar a finidade humana, as nossas limitações, queria apenas partilhar estes receios, porque sei que os momentos se esvaem, os desejos se esbatem e as sensações se esquecem, e por isso só as pessoas ficam, só elas podem ficar, porque só com vocês se podem viver novos sentimentos e emoções em peripécias sem fim que preenchem as falhas biológicas que apagam os instantes do passado. Mas pense-se o que se pensar, diga-se o que se disser...estas dúvidas, estes medos, esta tristeza implícita...só existe porque valeu mesmo a pena, porque o que foi foi muito bom; é sinal de que fomos mesmo felizes, até nos momentos em que não sabíamos que éramos... é sinal de que fomos mais nós aí, ao vosso lado...É só esta a razão de sentirmos tanto a falta, de fazermos tanta falta uns aos outros.......é o pavor de ser humano, e esquecer....o inesquecível!!!


Saudades*
Lu

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